Sunday, December 21, 2008

In the Sweet Darkness of a Movie Theater

7 mortes se pagam com 7 vidas. Se em 7 dias Deus criou o mundo, alguns acabam com os seus em 7 segundos, tempo suficiente para sucumbir ao ataque de uma jelly-fish. Em torno do número 7, um excelente filme. O nome, Seven Pounds. Estimulada pelo personagem de Will Smith, tocante pela sensibilidade e entrega à flor da pele, decidi enumerar as qualidades do país em que estou vivendo. Já que meter o pau não é difícil! Começo pela maravilha dos supermercados. Coincidentemente, ao sair da sessão fui a um mercado procurar um macarrão sem glúten. Estava inchada e verde de fome. Quando entrei, quase dez horas da noite, fui recepcionada por um funcionário que logo me trouxe quase todos os produtos para celíacos do estabelecimento. Impressionante foi a presteza daquele sujeito determinado a achar minhas solicitações. Poucas vezes saí tão feliz de um supermercado. Paguei caro e gastei mais do que pretendia, mas havia na minha sacola cereal, cookies, waffles, pão e apple pie.
Outro ponto nota dez é o nível de honestidade dos seres do condomínio em que vivo. Numa mesma sala, todos os tipos de encomendas são deixadas, como uma imensa caixa postal. Nela, é possível encontrar desde cartas a caixas enormes, algumas com artigos como câmera de filmar. Onde seria possível encontrar tamanha confiança? Nem dentro de nossas casas!
Os Estados Unidos são também um país onde o trabalho é sempre bem-visto, seja você um técnico, um jornalista, um político ou uma hostess! Nesse país o preconceito perdeu espaço pro capitalismo há muito tempo. Se os goods são baratos, cara é a mão-de-obra. Não é à toa que ter uma empregada em casa diariamente é quase uma utopia. Como disse uma amiga, o custo de uma doméstica aqui nos faz ver o quanto no Brasil ainda vigora o regime de escravidão. Sem contar que cuidar de si mesmo é um execício bastante saudável. Não tinha idéia da quantidade de lixo que produzo até ver o número de caixas, plástico, restos de comida e papel que vão todos os dias para o saco.
As leis também funcionam. Beber e dirigir, nem em pensamento. Pena que não poderei encostar na bebida no próximo show do Matisyahu, no Brooklyn. Outro ponto pros Estados Unidos: o Brooklyn.
Enfim, como o fio de Ariadne, começo a me lembrar de vários fatores no meu dia-a-dia que me fazem crer na redenção norte-americana. Durante anos achei que os EUA significassem consumo. Não deixa de ser uma verdade, mas é muito mais do que isso. Talvez lá pra frente possa escrever mais a fundo sobre essa cultura que estou começando a entender. Que a convivência internacional e o novo governo confirmem esses votos de esperança.

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